25 de Abril. Sempre!
A (re)volta dos ratos
Faz hoje 35 anos que nos estaleiros navais de um pequeno e pobre país - "à beira-mar plantado" - era lançado à água um belo navio.
A essa embarcação foi dado o nome de "Abril", em homenagem ao mês do "bota-abaixo".
Nos primeiros anos essa nau foi singrando "por mares nunca dantes navegados". Cumprindo rota certa. A contento de alguns marinheiros. Não de todos. Mas foi navegando.
Anos depois, a tripulação ia mingando. Misteriosamente.
A coberto das noites escuras e das enormes vagas que vergastavam a proa, parte da tripulação ia desaparecendo lenta e inexoravelmente.
Eram cada vez menos as vozes alteradas a exigir rumo certo e sem perda de Homens.
Outras vozes exultavam de alegria sempre que novos e conhecidos marinheiros subiam as escadas do portaló.
É que, em cada novo porto da escala, a tripulação era reposta, levando em conta as misteriosas baixas.
Da tripulação inicial, decorridos 35 anos desde o dia do baptismo desse belo navio, poucos marinheiros restam.
Agora, como navegantes, apenas temos os alunos da velha escola de marear e um punhado de "arrependidos". Aqueles que, dissimuladamente, erguiam cravos na hora do bota-abaixo, no Cais da nossa "Boa Esperança".
Esses "ratos" assenhoriaram-se do navio, emalhando a sua (re)volta com astúcia e sabedoria.
Chegou, pois, a hora de construir nova nave. Carregada da mesma determinação e de... muito desratizante.
Imagem: cartoon de Zé Oliveira
Faz hoje 35 anos que nos estaleiros navais de um pequeno e pobre país - "à beira-mar plantado" - era lançado à água um belo navio.
A essa embarcação foi dado o nome de "Abril", em homenagem ao mês do "bota-abaixo".
Nos primeiros anos essa nau foi singrando "por mares nunca dantes navegados". Cumprindo rota certa. A contento de alguns marinheiros. Não de todos. Mas foi navegando.
Anos depois, a tripulação ia mingando. Misteriosamente.
A coberto das noites escuras e das enormes vagas que vergastavam a proa, parte da tripulação ia desaparecendo lenta e inexoravelmente.
Eram cada vez menos as vozes alteradas a exigir rumo certo e sem perda de Homens.
Outras vozes exultavam de alegria sempre que novos e conhecidos marinheiros subiam as escadas do portaló.
É que, em cada novo porto da escala, a tripulação era reposta, levando em conta as misteriosas baixas.
Da tripulação inicial, decorridos 35 anos desde o dia do baptismo desse belo navio, poucos marinheiros restam.
Agora, como navegantes, apenas temos os alunos da velha escola de marear e um punhado de "arrependidos". Aqueles que, dissimuladamente, erguiam cravos na hora do bota-abaixo, no Cais da nossa "Boa Esperança".
Esses "ratos" assenhoriaram-se do navio, emalhando a sua (re)volta com astúcia e sabedoria.
Chegou, pois, a hora de construir nova nave. Carregada da mesma determinação e de... muito desratizante.
Imagem: cartoon de Zé Oliveira
Etiquetas: 25 de Abril de 1974
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